Foto: Beto Albert (Diário)
A Estrada do Perau, importante ligação entre Santa Maria e Itaara, segue bloqueada desde as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. A interdição, que completa um ano nesta quinta (1°), continua trazendo transtornos à população que utilizava o trecho diariamente, obrigando os moradores a utilizarem somente a rota principal pela BR-158 — rodovia considerada mais perigosa por muitos motoristas, devido ao intenso tráfego de caminhões e carretas. Apesar da interdição, há relatos de motoristas que se arriscam e continuam utilizando o trecho. Em entrevista ao programa Bom Dia Cidade, o líder do governo Rodrigo Decimo (PSDB), Givago Ribeiro (PSDB), disse que recebe, diariamente, as reclamações da comunidade e propôs a criação de um protocolo que permita o tráfego seguro pelo local em dias de tempo firme e nos horários de maior movimento, desde que haja viabilidade técnica.
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Embora o processo para fazer a obra esteja em andamento, com a conclusão do laudo técnico prevista para os próximos dias, ainda não há uma data definida para o início dos trabalhos. Enquanto isso, Givago sugere uma medida temporária inspirada em protocolos adotados em estradas da Região da Serra.
— Não estou querendo, de forma alguma, intervir no trabalho técnico. Estou trazendo os anseios da comunidade, que me procura todos os dias, questionando o que será feito. Não vamos ser hipócritas: quem circula por lá percebe que há o trânsito de pessoas que, de alguma forma, conseguem passar pelo trecho. O que a gente busca é criar uma maneira segura para que isso aconteça, um protocolo que permita o monitoramento e, se necessário for, bloqueia-se a estrada em dias de chuva para que ninguém corra um risco maior. Na Serra, vi diversas estradas que sofreram danos piores e têm fluxo de pessoas. Quero voltar lá na próxima semana para entender os protocolos que foram seguidos para que a gente possa ter isso como embasamento para garantir esse acesso — explica o vereador.
Apoio nos resgates
Antes de ingressar na política, Ribeiro construiu uma carreira como atleta olímpico, atuando como canoísta. Durante as enchentes, ele participou de resgates em Santa Maria e região, ajudando moradores que ficaram ilhados. Givago relembra que, ainda na madrugada do dia 1° de maio, o Rio Vacacaí-Mirim começou a subir rapidamente e invadiu áreas do Bairro Campestre que nunca haviam sido atingidas em outras enchentes. Um sinal claro, segundo ele, de que aquela cheia teria proporções muito maiores do que as anteriores.
O vereador também presenciou o desabamento da Rua Canário, no Morro do Cechella, uma das cenas mais marcantes daquele período.
— Aquele dia foi interminável. Lembro que por volta das 19h, quando o trabalho se encerrou no Cechella, tivemos um chamado na região do Perau, onde uma pessoa idosa estava sem nenhum tipo de comunicação, e a família estava desesperada. Foram dias e noites inacabadas ali, e o trabalho ainda seguiu pelos próximos dias, com os chamados na Quarta Colônia — recorda.
Confira a entrevista completa